sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O dia em que tudo mudou

Como sempre , mais um dia de trabalho. Despertador , levantar. Indo ainda sonolento para o banheiro , meu celular toca. Minha mãe. Atendi o telefonema , mas ninguém falou , só ouvi uma respiração forte. Não liguei muito. Entrei no banheiro e deixei o celular em cima da bancada. Tirei as roupas, abri o chuveiro ,     e meu celular tocou novamente. Não atendi e continuei o banho. Sabão , shampoo , condicionador , toalha. Me enrolei e sai. Me enxuguei , amarrei a toalha na cintura e vi a chamada não atendida. Dessa vez era minha irmã. Fui para o quarto e retornei a ligação. Ninguém atendeu. Então resolvi botar minhas roupas.
 Assim que arrumado , meu celular novamente toca. Atendo-o indo em direção à cozinha. Era minha irmã. Conversamos durante cinco míseros minutos e perguntei sobre a nossa mãe. Ela me disse que também havia recebido a chamada , mas assim como eu , não ouviu nada além da respiração forte. Preocupei-me. Tomei meu café , peguei a chave  do carro , tranquei o apartamento e sai. Elevador , portaria . Bom-dia , disse-me José , o porteiro. Retribui a gentileza fazendo um gesto com a cabeça e fui em direção ao carro. Abri o carro e entrei. Engatei a primeira marcha e saí. Transito, sinais , empresa. Fui para o estacionamento coberto. Peguei a credencial e passei na leitora. Não foi aceito. Tentei novamente e entrei. Indignado , estacionei e subi. Um pouco atordoado com as situações, eu fui para meu escritório , eram dez horas em ponto. Ingrid , minha secretária, me desejou bom dia. Retribui com um gesto com a mão. Assim que entrei em minha sala , minha chefe estava a minha espera. Seu nome era Cristina. Enquanto arrumava as coisas perguntei-lhe se havia algum problema com o sistema do estacionamento e se eu havia feito alguma coisa errada. Ela deu um leve sorriso e disse , não , não há nada de errado nem com a garagem e nem com a empresa. Ela se aproximou , puxou minha gravata e me deu um beijo. Afastei-a de mim e assustado perguntei o por que daquilo. Ela respondeu que já estava " de olho " em mim há um bom tempo. Respondi sendo bem grosso que éramos apenas sócios e que ela era comprometida. Ela não ligou para o que eu disse e tentou outro beijo , mas dessa vez eu afastei-a brutamente e tirei-a da minha sala. Fiquei ainda mais confuso sobre aquele dia. Liguei para a minha mãe para saber se estava tudo bem, mas assim que atendeu eu a ouvi pedir socorro , em desespero saí correndo da empresa e fui para a casa dela. Chegando lá , bati , bati , ninguém atendeu. Então resolvi arrombar a porta. Entrei e andei pela sala , nada via , só sentia uma brisa vindo do quarto. Então fui para lá. Assim que entrei , dentro do quarto sombrio , vi um corpo jogado no chão , envolvido por uma poça de sangue. Por sinal , já havia acontecido o incidente a mais ou menos uma hora atrás. Aproximei-me e virei o corpo. Me assustei a perceber que não era a minha mãe. Era a vizinha , dona Olívia. Mas por que? O que havia acontecido?
 Prossegui andando pela casa. Corredor , banheiro , cozinha , área. Assim que passei pela área de serviço , senti a presença de mais alguem , antes de me virar , mandei uma mensagem para Ingrid , pedindo que chamasse a polícia para a casa de minha mãe. Após enviar a mensagem , eu senti um frio na espinha e virei-me. Era minha mãe , estava em estado de choque. Apontava e olhava fixamente para o quintal. Sem dizer nada , puxei-a e levei-a para a porta , entramos em meu carro , e esperamos. Saiu um homem , todo de preto , olhou para os lados para verificar se havia alguém o seguindo , depois de verificar , saiu andando normalmente. A polícia chegou logo em seguida. Conversei com os policiais e descobri que ele havia errado o alvo. Era um matador, havia sido contratado. Era a minha mãe que ele queria matar. Levei-a para meu apartamento, pedi para o porteiro não autorizar ninguém a subir. Antes de voltar para o escritório, passei em uma agência de detetives. Contratei o melhor de todos para saber quem era esse matador e o que ele queria.Tranqüilizei-me e liguei para minha irmã. Contei o acontecido, e perguntei se sabia de alguém que quisesse vingança de nossa família,ela disse não saber. Desliguei. Eram três da tarde , em ponto. Saí para almoçar. Fui abordado pelo mesmo homem que havia visto antes assim que passei pelo segundo prédio depois da empresa. Ele mostrou-me uma arma, e me levou para um beco escuro. Empurrou-me na parede e ele falou para esperar ali.O beco era escuro, mas consegui enxergar um pessoa vindo. Era Cristina. Olhei assustado para ela , e ela olhou me séria , dizendo , você não me quis, então ninguém mais irá te ter.Eu pensei alto demais dizendo, você não seria capaz.Ela me olhou como quem diz , sim , eu seria , e disse ,  que hoje pela manhã, quando me esperava , iria me dar somente mais uma chance , e de acordo com ela , eu fiz  a escolha errada. Depois do aviso , deixou-me ir. Saí.Voltei para o escritório,pensei em tudo de bom que havia feito e vi pouquíssimas coisas.
Às cindo e quinze , duas horas após a ameaça , me encontrei com Cristina na minha sala. Ela me olhou e me abraçou. Depois ela me puxou, com o toque de sua mão esquerda passando pelo meu rosto, a mão direita enfiava uma faca em minhas costas. Sentia o sangue quente escorrendo. Sabia que iria acontecer. Vi meu corpo sendo deixado cair no chão com um gesto de frieza ela pulou o meu corpo , e seguiu seu caminho sem piedade.

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